Quando falamos de prevenção a doenças, o preço da alimentação saudável não deve ser um obstáculo. Tudo porque o hábito saudável de hoje evita despesas ainda maiores no futuro, especialmente com médicos e hospitais. Fora o sofrimento e o risco de morte precoce. Afinal, é fato que uma alimentação balanceada é sinônimo de saúde.

alimentacaosaudavel 2 - Preço da alimentação saudável versus preço da sua saúde

No entanto, o preço da alimentação saudável pode ser um impeditivo na hora de comprar os melhores alimentos. Mas não é o único motivo. Há que se ter em mente uma outra razão bastante robusta: a presença dos ultraprocessados no dia a dia das pessoas.

Mas o que são os alimentos ultraprocessados? Como o nome indica, na categoria dos ultraprocessados estão alimentos com alto nível de processamento industrial. Uma forma  de identificá-los é observar a lista de ingredientes na embalagem do produto.

Fuja dos ultraprocessados

Geralmente, se há cinco ingredientes ou mais, é classificado como ultraprocessado. Os ultraprocessados têm muitos atrativos, entre os quais podemos citar:

  • Praticidade: muitos desses alimentos estão prontos para o consumo.

  • Perecível: por serem muito processados, duram mais.

  • Sabor intenso: em razão dos seus diversos aditivos químicos.

  • Marketing de consumo: uso de propaganda massiva sobre os atributos do produto.  

Em razão destes fatores, os ultraprocessados estimulam as pessoas a preferir um padrão alimentar que substitui os alimentos in natura e o preparo de receitas mais saudáveis. Dessa forma, podemos confirmar que o preço da alimentação saudável não é determinante para não adotá-la. 

A praticidade, sim, oferecida pelos processados, é decisiva. Vendidos como opções à alimentação saudável, eles acabam inundando os lares brasileiros como solução por serem mais rápidos de preparar. 

Uma alternativa factível é substituir alguns alimentos por outros mais baratos, mas que contenham o mesmo valor nutricional. Além disso, mesmo morando em apartamento, pode-se cultivar muitos legumes ou temperos na sua própria casa. 

É bem interessante e prazeroso manter vasinhos ou canteiros com hortaliças e ervas, além de chás para que a ingestão de antioxidantes e vitaminas se torne um hábito. Além de consumir alimentos livres de agrotóxicos, com mudanças facilmente implantadas, o preço da alimentação saudável pago por você diminui significativamente.

Preço da alimentação saudável pago hoje reduz gastos amanhã

O ato de desembalar mais e descascar menos os alimentos têm um único perdedor: a saúde e a qualidade de vida no geral. Além dos efeitos para o corpo, uma dieta que tem como base comidas não saudáveis sai mais cara para as pessoas e até para o Estado. 

É que os ultraprocessados têm uma quantidade alta de sódio, gorduras e açúcar. Por isso, estão muito relacionados às causas da obesidade e de doenças crônicas. Essas comorbidades geram elevados gastos com saúde tanto para as famílias, quanto para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Investir na prevenção, por meio de uma dieta mais saudável, com menos gordura e açúcares, permite que você, sua família e o governo, apliquem recursos em outras prioridades.

Por isso, não é recomendável olhar apenas para o preço da alimentação saudável na hora de ir ao supermercado e à feira. É preciso pensar nos efeitos desse movimento para a saúde no médio e longo prazos.

Popularização dos ultraprocessados prejudica alimentação saudável

Há alguns fatores que fazem com que os alimentos superindustrializados ganhem cada vez mais espaço na cozinha dos brasileiros. Acompanhe.

  1. Inovação na indústria

O investimento em novas tecnologias proporciona maior produtividade e menor custo de produção ao longo do tempo. Isso é vantajoso principalmente para as grandes indústrias de alimentos e bebidas, que produzem ultraprocessados.

  1. Política agrícola

O Brasil dá prioridade para a produção de commodities, como milho, soja e cana-de-açúcar. Cultivados em larga escala, esses insumos são usados como matéria-prima para produção de alimentos ultraprocessados.

  1. Benefícios fiscais

Ao atender à demanda de associações da indústria de alimentos, o governo brasileiro concedeu benefícios fiscais significativos às companhias de bebidas e de alimentos. Esse movimento barateia os custos de produção e, consequentemente, o preço junto ao consumidor.

Cultive hábitos que levam à alimentação saudável

  • Opte por alimentos in natura: os de origem vegetal são a base para uma alimentação equilibrada e nutritiva. Inclui diversos tipos de grãos, raízes, tubérculos, farinhas, legumes, verduras, frutas, castanhas, leite, ovos e carnes. Feijão, arroz, milho, batata, mandioca, tomate, abóbora, laranja, banana, frango e peixes também fazem parte do time dos mais saudáveis.

  • Modere no uso de óleos, gorduras, sal e açúcar: se usados com moderação, esses ingredientes contribuem para tornar a alimentação mais saborosa sem torná-la pobre do ponto de vista nutricional.

  • Reduza o consumo de processados: evite consumir enlatados de legumes e compota de frutas. Esse modo de preparo altera a composição nutricional dos alimentos originais. Podem ser consumidos como ingredientes de preparações culinárias ou parte de refeições baseadas em alimentos in natura. 

Já os alimentos ultraprocessados devem ser evitados a todo custo. Afinal, tem excesso de calorias, açúcar e sódio, verdadeiros venenos para a saúde. Biscoito, sucos em pó e refrigerantes, entre outros, precisam ser deixados de lado.

  • Rotina e horário para se alimentar: evite aperitivos entre as refeições. Comer devagar é uma boa também, mastigando calmamente. Evite locais em que há muitos estímulos para o consumo de quantidades ilimitadas de alimento. 

  • Compras em locais com variedades de alimentos in natura: abasteça a despensa  em mercados, feiras livres e feiras de produtores. Normalmente, esses locais vendem variedades de verduras e frutas da estação e cultivados localmente. Sempre que possível, adquira alimentos orgânicos.

alimentacaosaudavel2 1 - Preço da alimentação saudável versus preço da sua saúde

  • Prepare as refeições em casa: mesmo que não possua grande habilidade na cozinha, envolva toda a família nesse exercício culinário. Converse com as pessoas que sabem cozinhar. Peça dicas e receitas a familiares e amigos, leia livros, consulte a internet e comece a cozinhar.

  • Ao fazer refeições fora de casa, prefira restaurantes que preparam as refeições na hora: são mais saborosas, com tempero caseiro e normalmente servem legumes e verduras. Evite as redes de fast-food.

  • Cultive uma horta em casa: mesmo em espaços pequenos, é possível cultivar legumes, hortaliças, temperos e chás em casa. Essa iniciativa reduz o preço da alimentação saudável. 

Conta pra nós sua opinião sobre o preço da alimentação saudável. E se você quiser saber mais a respeito do tema, leia nosso artigo sobre Segunda Sem Carne.